terça-feira, 12 de junho de 2012

Polônia surpreende Rússia e República Tcheca entra na briga pela classificação


A segunda rodada do UEFA Euro 2012 começou hoje com dois bons jogos. No primeiro, a República Tcheca conseguiu uma importante e suada vitória contra a Grécia pelo placar de 2 a 1 e chegou à vice-liderança da chave. Líderes do grupo, os russos enfrentaram os poloneses, donos da casa, em partida em que pairava o clima de tensão, dentro e fora de campo. O resultado refletiu a produção de ambas as seleções em toda a partida: 1 a 1.

Com os resultados, A Rússia segue liderando o Grupo A, agora com 4 pontos. Logo atrás vem a ascendente República Tcheca, com 3, e a Polônia, um ponto a menos que os vice-líderes. A Grécia segura a lanterna com apenas um ponto conquistado, mas ainda sonha com a classificação.

Opinião - O grupo está equilibrado. A Rússia é a seleção que apresenta o melhor futebol, mas hoje foi surpreendida por uma perigosa Polônia. Os anfitriões, comandados pelo bom técnico Franciszek Smuda, que deu um padrão de jogo muito bom à equipe. Continuo acreditando que esta é a melhor geração que a seleção da Polônia já viu. Jogadores como Lewandowski, Kuba, Obraniak e Piszczek jogam em grandes equipes da Europa e fazem parte do bom elenco polonês.

A Rússia encontrou hoje uma marcação mais forte e uma equipe com toque de bola ao enfrentar a Polônia, o que dificultou que os russos repetissem a boa atuação que tiveram contra a República Tcheca. O resultado de 1 a 1 foi justo pelo que as equipes apresentaram durante a partida.

República Tcheca e Grécia fizeram também um bom jogo. Apesar da vitória desta fraca seleção tcheca, eu ouso dizer que um empate seria mais justo, a julgar pela produção de ambas as equipes em toda a partida. Acredito que, na última rodada, a Polônia vencerá os tchecos e se classificará, junto com a Rússia.

Kuba fez um belo gol contra a Rússia e deu o empate à Polônia

Destaque do dia - As opções hoje não são tão boas. Por isso, fico com Kuba, da Polônia, que, além de ter feito um belíssimo gol, deu passes precisos e participou bastante da partida, chamando o jogo para si.

Perna de pau do dia - O atacante Milan Baros, da República Tcheca, mais uma vez não teve boa atuação. Acredito que o tempo de Baros já passou. Não é porque ele foi artilheiro da Euro 2004 que tem que continuar como titular da equipe. Hoje, mais uma vez, mostrou que está fora de forme, sem tempo de bola e muito parado na frente. Se liga, Bilek, você tem atacantes melhores, como Necid, que fez boa temporada pelo CSKA Moscou, da Rússia.

Goleiro Cech falou em gol da Grécia, mas os tchecos venceram

Revanche - No primeiro jogo do dia, República Tcheca e Grécia se enfrentaram no estádio Miejski, na Polônia, em clima de revanche por parte dos tchecos, que foram eliminados pelos gregos nas semifinais da Euro 2004, quando as duas equipes foram as maiores surpresas da competição.

Daquele time ainda restaram alguns nomes. Em campo hoje, entram quatro tchecos e quatro gregos que fizeram parte das campanhas de suas respectivas seleções na Euro disputada em Portugal.

A República Tcheca, que tem talvez a sua pior geração em muito tempo, entrou em campo precisando vencer para se recuperar da goleada por 4 a 1 sofrida perante a Rússia. A Grécia também precisava vencer. O primeiro tempo foi todo dos tchecos, que logo abriram 2 a 0, com Jiráček, aos 3, e Pilar, aos 6 minutos da primeira etapa.

Apesar de continuar dominando, a República Tcheca não conseguiu fazer mais gols no primeiro tempo. Na segunda etapa, a Grécia voltou melhor, criando chances, mas nada que assustasse Petr Cech, herói do Chelsea na conquista da Liga dos Campeões. E foi o próprio arqueiro que deu uma mãozinha aos gregos. Na verdade, deu duas mãozinhas. Num cruzamento na área, Cech saiu todo atabalhoado e não conseguiu segurar a bola, que sobrou para o baixinho Gekas, que diminuiu o placar e deu números finais à partida.

Com o resultado, os tchecos sentiram-se vingados, praticamente selando a eliminação dos gregos da competição e, de quebra, chegaram à segunda colocação da chave.

Dzagoev marcou, de cabeça, seu terceiro gol na Euro 

Equilíbrio - A segunda e mais aguardada partida do dia foi entre os anfitriões da Polônia e os russos. A rivalidade entre as nações pôde ser vista dentro e fora de campo. Nos arredores do Estádio Narodowy. Na entrada, houve correria entre as torcidas, o que gerou um clima de tensão nas arquibancadas.

Em campo, o clima não foi diferente. Russos e poloneses mal se comprimentaram após os hinos. Com a bola rolando, o ritmo pegado e, por vezes, violento continuou. Mas isso com certeza não foi o melhor da partida.

O bom mesmo foi ver a bola rolando. A primeira etapa foi dominada pela Rússia, mas não amplamente, pois a Polônia mostrou-se um adversário bem complicado. Mesmo assim, os russos abriram o placar aos 37 com o artilheiro Dzagoev, de cabeça, em cobrança de falta de Arshavin. Apesar de criarem mais chances, os russos não conseguiram ampliar e levaram a magra vitória para o intervalo.

Na volta, uma reviravolta. Os poloneses voltaram com maior volume de jogo, com mais pegada, mais vontade e com sede de gol. E voltaram criando chances, mas esbarravam na excelente atuação do zagueiro Ignashevich e do goleiro Malafeev. Mas logo aos 12 da segunda etapa, o capitão Błaszczykowski, chamado também de Kuba no Borussia Dortmund da Alemanha, onde joga, acertou um belíssimo chute de fora da área e empatou a partida.

E os poloneses bem que tentaram virar a partida, mas encontraram uma defesa sólida da Rússia. Tiveram um pouco de azar também... Os russos não ficaram atrás e também tentaram, mas o placar não mais se alterou e a partida assim terminou, empatada e equilibrada.

O resultado não foi de todo ruim para a Rússia, que segue líder. Para a Polônia, não foi tão bom. Os anfitriões jogam a última partida contra a República Tcheca precisando da vitória para avançar à próxima fase. Os tchecos jogam pelo empate.

sábado, 9 de junho de 2012

Rússia goleia e Polônia tropeça na primeira rodada do Grupo A da Euro


Se os próximos jogos da Eurocopa 2012 forem tão bons como os dois primeiros (Polônia X Grécia e Rússia X República Tcheca), realizados hoje, então com certeza teremos uma das maiores Euros de todos os tempos. Os anfitriões não estrearam muito bem, enquanto os russos tiveram um começo arrasador, largando na frente do Grupo A.



Russos comemoram um dos gols de Dzagoev na partida
Análise - Assim como em 2008, acredito que a Rússia tem tudo para surpreender. Naquele ano, a equipe também era treinada por um holandês, o mago Guus Hiddink, e chegou às semifinais da Euro da Áustria e Suiça. Neste ano, a equipe tem tudo para repetir a boa campanha.

Tem um bom treinador, uma defesa segura (vale destacar o lateral direito Anyukov), um meio muito eficiente na marcação e no apoio. Neste setor, Zyryanov se destaca como o cérebro do time. No ataque, jogadores rápidos, habilidosos e talentosos mostram que a Rússia tem um time muito competitivo.

No jogo da Polônia, confesso que fiquei um pouco decepcionado com a equipe. O plantel polonês é bom, com jogadores que brilharam na última temporada europeia, a exemplo do capitão Kuba, do atacante Lewandowski e o lateral Piszczek, todos jogadores do Borussia Dortmund, campeão alemão.

Além disso, no meio, a equipe conta com o volante Polanski e o armador Obraniak, que jogam pelo Mainz e Bordeaux, respectivamente. A defesa também não é das piores. O adversário dos poloneses hoje são, em teoria, os mais fracos do grupo. Os gregos têm um time envelhecido e cansado, que jogou tudo na Euro 2004, quando venceu o título. Se a Polônia não conseguiu vencer os gregos, imagine o que se pode esperar dos próximos adversários?

Os tchecos, que deveriam ter renovado após a saída de Karel Bruckner, não mudou nada. A base da equipe continua a mesma de temporadas passadas, quando a República Tcheca fracassou, a exemplo da Euro 2008 e da Copa do Mundo de 2010.


Dzagoev marca primeiro gol da Rússia contra tchecos

 Jogador do dia - Dzagoev é uma grande promessa da Rússia. Hoje, mostrou poder de finalização, frieza, como todo bom russo, e, ao mesmo tempo, habilidade e técnica. É um jogador e tanto, e não apenas pelos dois, mas pela atuação como um todo. Compõe bem o meio campo, ataca com precisão, finaliza bem e tem bom passe. Creio que poderá figurar em uma grande equipe da Europa na próxima temporada.

Equilíbrio - A primeira partida, logo após a abertura oficial do torneio, foi realizada em Varsóvia, capital polonesa, entre Polônia e Grécia. O resultado de 1 a 1 foi absolutamente justo e refletiu a produção de ambas as equipes na partida.

Na primeira etapa, os donos da casa mostraram que querem algo além do que apenas disputar a competição. Com um jogo envolvente, rápido e ofensivo, os comandados de Franciszek Smuda criaram várias chances e poderiam ter matado o jogo ainda na primeira etapa. O primeiro tento foi marcado pelo bom atacante Robert Lewandowski, em belo cruzamento de Piszczek, companheiro do atacante no Borussia Dortumund.

Cabeçada mortal de Lewandowski: primeiro gol da partida


E a Polônia queria mais. Partiu para cima e poderia, ainda na primeira etapa, ter feito dois ou três gols e finalizado a Grécia. A situação a favor dos poloneses ficou ainda melhor quando, aos 44, o zagueiro grego Papastathopoulos foi expulso, injustamente, diga-se de passagem. A segunda tinha tudo para ser de domínio total dos anfitriões. Pois é, tinha...

Ainda no começo do segundo tempo, a Grécia empatou com o atacante Salpingidis, em lance de falha da defesa da Polônia. A partir daí, o jogo que fora de domínio polonês na primeira etapa, passou a ser controlado pelos gregos, que jogavam bem, mesmo com um homem a menos. Aos 23, Salpingidis, que entrou no intervalo, recebou na área, driblou o goleiro Szczesny, que derrubou o atacante e foi expulso. Pênalti marcado a favor da Grécia.

Na cobraça, o capitão Karagounis bateu bem, mas o goleiro Tyton, que entrou para substituir o arqueiro expulso, fez grande defesa. A partir daí, a Polônia ganhou um novo gás, mas o gregos não abaixaram a cabeça e a partida seguiu equilibrada, com ambas as equipes criando oportunidades de balançar as redes. Mas ninguém fez mais gols e a partida terminou empatada.

Goleada - Bom para a Rússia, que largou bem na competição. A equipe treinada pelo holandês Dick Advocaat ganhou por 4 a 1 da República Tcheca e lidera o grupo A da Euro.

Mas quem assistiu apenas os 10 primeiros minutos de jogo, imaginou que os tchecos venceriam fácil a partida. A Rússia começou o jogo perdida taticamente, sendo dominada pela posse de bola do time treinado por Michal Bílek, que substituiu a lenda Karel Bruckner.

Aos 15, porém, os rumos do jogo mudariam. A Rússia criou sua primeira boa chance de gol e o atacante Kerzhakov finalizou na trave a bola sobrou para Dzagoev, que soltou uma bomba e colocou a pelota no fundo das redes. Dzagoev, diga-se de passagem, enfim deixou de ser promessa e passou a ser realidade. Dominada, a República Tcheca ainda viu a Rússia ampliar com o trabalhador meia Shirokov.

Na segunda etapa, os tchecos até assustaram com um gol do meia Pilař, ainda no começo, mas os russos seguraram o ímpeto de Cech e cia e ainda fizeram mais dois gols. Dzagoev, mais uma vez, e Pavlyuchenko finalizaram o placar em 4 a 1.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Petr Cech: o herói da conquista do Chelsea


 
No último sábado  o Chelsea ganhou a Uefa Champions League, primeira da história do clube. No elenco da equipe vencedora, com muitos méritos, nomes como Franck Lampard, Didier Drogba, John Terry e Ashley Cole ficarão marcados para a eternidade na história dos Blues. Mas um guerreiro entre todos estes guerreiros não será esquecido jamais pelos adeptos do clube londrino: Petr Cech.

O goleiro tcheco completou ontem 30 anos e, como presente, teve uma atuação de gala na final da UCL conta o Bayern de Munique. Quando li uma matéria no globoesporte.com falando sobre a idade de Cech, foi como voltar no tempo e lembrar do ano de 2004, quando o arqueiro se transferiu para o Chelsea.

O início



Apesar de torcedor do Arsenal na Inglaterra, comecei a simpatizar pelo Chelsea naquele ano, devido ao trabalho de José Mourinho, treinador que sempre admirei. Depois de ganhar a Champions pelo Porto, o manager português se transferiu para o clube londrino, que era - e ainda é - abastecido pela grana do russo Roman Abramovich. Mourinho, então, com os cobres abarrotados de dinheiros, foi às compras. As contratações não foram grandes estrelas, mas, sim, jogadores promissores.

Didier Drogba, Arjen Robben e Mateja Kezman, entre outros, se juntaram a bons nomes como John Terry, Franck Lampard e Joe Cole. Sob o comando do português, a equipe ganhou fácil a Premier League. E foi um triunfo daqueles: 96 pontos conquistados, com direito a melhor ataque e melhor defesa da competição. A dupla de ataque formada por Drogba e Kezman tinha tudo para dar certo, mas devido às demasiadas contusões do sérvio, acabou fracassando com a saída de Mateja.

O promissor

Dentre os jogadores que chegaram na janela de negociações de 2004, estava o jovem e promissor goleiro Petr Cech. O arqueiro jogou a temporada anterior no Rennes, da França, onde foi eleito melhor goleiro da competição. Mas foi na Eurocopa deste mesmo ano que Cech mostrou seu talento, sendo um dos principais destaques da República Tcheca na excelente campanha que levou a seleção ao terceiro lugar do certame, quando foi eliminada pela Grécia nas semifinais.

Alto, rápido e com um excelente reflexo, Cech chegou ao Chelsea já com status de titular. E não decepcionou o comandante Mourinho, sofrendo apenas 13 gols na Premier League. Apesar de alto, as bolas rasteiras não eram problema para Cech. As bolas altas quase não passavam. Na reposição de bola, mostrava precisão. Na saída das bolas aéreas, esbanjava segurança. Tinha tudo para, em pouco tempo, igualar a Iker Casillas e Gianluigi Buffon, que eram os principais goleiros do mundo na época.

 A contusão



O futuro de Cech era brilhante, até o nebuloso dia 14 de outubro de 2006. Na partida contra o Reading, Cech foi atingido na cabeça pelo joelho do atleta da equipe rival Stephen Hunt numa disputa de bola. Foi num lance tão bobo, que recordar nem faz bem. A defesa do Reading deu um chutão e Paulo Ferreira, lateral do Chelsea, apenas protegeu para a saída tranquila de Cech. Mas Hunt, talvez para mostrar raça, tentou pegar a bola e atingiu em cheio a cabeça do arqueiro, que foi substituído pelo lendário Carlo Cudicini.

Quem viu o lance não imaginou que pudesse ser tão sério. Cech sofreu um afundamento craniano e teve que passar por uma cirurgia emergencial, que lhe deixou fora dos gramados por alguns meses. Depois da volta, ele já não era o mesmo. Inseguro, mais lento e, por vezes, demonstrando medo, Cech caiu de produção. O capacete que começou a usar após o acidente era o símbolo de sua insegurança. Muitos acreditavam, inclusive, que ele pararia de jogar, mesmo voltando aos gramados.

Mas ele seguiu em frente, recebendo críticas, elogios de fãs - como eu -, falhando, acertando, caindo, levantando... lutando. O tempo foi passando e ele, pouco a pouco, recuperando a confiaça e segurança. Claro, não foi aquele goleiro do início, mas ajudou muito o Chelsea em suas conquistas. Nesta Liga dos Campeões, maior título da história da equipe, Cech foi o principal destaque, levando o clube a uma glória jamais alcançada.

Em 2004, eu era um projeto de jogador de futebol. Era goleiro titular e vice-capitão do time sub-15 da seleção de São Felipe. Meus ídolos eram Iker Casillas, Gianluigi Buffon e Petr Cech, meu favorito entre todos eles. Conheci Cech em 2003, quando ele ainda jogava no Rennes, na minha loucura de ficar procurando por jogadores desconhcidos.

Relato de um fã

Cech foi o maior goleiro que vi jogar, um cara que me inspirou muito. Depois do jogo de sábado me emocionei muito com ele. Até comecei a escrever este texto, mas não consegui terminar. Às vezes eu penso que a contusão dele foi coisa dos deuses do futebol, para não permitir que nascesse mais um deus, retirando de Cech todos os seus poderes sobrenaturais. O curioso é que eles permitiram que Messi continuasse.

Outra coisa mais curiosa ainda foi que tive uma contusão no tornozelo um pouco antes do acidente de Cech. Três meses antes, eu quebrei meu tornozelo e também tive que passar por uma cirurgia, que me fez abandonar o sonho de ser jogador de futebol e buscar os caminhos do jornalismo. Fui fraco em não ter continuado, como Cech fez. Mas talvez tenha sido, mais uma vez, vontade dos deuses.

Ele é um exemplo de vida e superação, um verdadeiro desportista. Talvez, no final de tudo, ele nem se torne um deus, talvez seja esquecido quando se aposentar, talvez nem os torcedores do Chelsea se lembrem dele, mas seu legado, sem dúvidas, ficará marcado na memória de todos os amantes do futebol.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Argentino Pellegrino será substituto de promissor Emery no Valencia

O Valencia anunciou hoje seu novo técnico para a próxima temporada. Trata-se do argentino Mauricio Pellegrino, ex-zagueiro da equipe entre 1999 e 2004. Ex-assistente técnico de Rafa Benítez, Pellegrino fará sua esntreia como treinador.

Não se pode questionar a contratação de Pellegrino. É um grande nome no clube, ídolo da torcida, conquistou, com o Valencia, o Campeonato Espanhol por duas vezes (2001/02 e 2003/04), além da Copa da Uefa de 2004, uma Supercopa Europeia (2004) e uma Supercopa da Espanha (1999).

Mudança - Mas será que a saída de Unai Emery é justa? Tudo bem que não ficar no clube, aparentemente, foi uma decisão do próprio treinador basco. Ele chegou como ao clube em 2008 como uma das grandes promessas do futebol espanhol. Na época, o Valencia vivia um crise interna, que resultou em resultados ruins na temporada anterior.

Desde que assumiu, mostrou serviço. Perdeu as duas grandes estrelas da equipe, os Davids Silva e Villa, e mesmo assim manteve os bons resultados. E os desfalques não se limitaram aos dois. Juan Mata, Albiol e tantos outros. Mas Emery sempre manteve o Valencia como a terceira força da Espanha, ficando atrás apenas de Real e Barça, o que é, com certeza, uma grande proeza.

Muito pressionado pela torcida do clube, que julgou os resultados obtidos na atual temporada como ruins, Emery decidiu deixar o clube. O basco deve ir para o Spartak Moscou, da Rússia, onde receberá, segundo informações da imprensa espanhola, o dobro do que recebia no Valencia.

Se realmente não houve esforço do Valencia em mantê-lo, a equipe não agiu muito bem. Deixou escapar um treinador que segurou as pontas enquanto a equipe vendia todas as estrelas para pagar as enormes dívidas. Se foi opção dele, fez certo, pois trabalhar sob pressão, mesmo realizando um grande trabalho, não é bom.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Mourinho? Redknapp? Nada! Roy Hodgson é o novo treinador da Seleção Inglesa

Para quem apostava em José Mourinho ou Harry Redknapp, ficou surpreso com a escolha da FA por Roy Hodgson para assumir o English Team. Talvez Hodgson seja apenas um tapa buraco para a Eurocopa, o que seria um absurdo, pois não seria muito inteligente menosprezar uma competição tão importante. Porém, se ele for mesmo o escolhido para os trabalhos futuros, não será uma grande contratação. Pelo menos os números não falam a seu favor.

Como treinador, ganhou apenas campeonatos suecos e dinamarqueses, que não são tão expressivos, quando treinou Halmstads, Malmo e Copenhagen. Na Inglaterra, treinou apenas o Liverpool entre as equipes grandes. E o trabalho também não foi dos melhores. Hodgson não classificou a equipe para a Champions League e acabou deixando o cargo em meados da temporada 2010/2011.

A seu favor pesam as boas temporadas que fez à frente do Fulham, entre 2007 e 2010, além da excelente campanha que faz com o inexpressivo West Bromwich na Premier League levando a equipe, por enquanto, à 10ª posição da competição.

Pessoalmente, acredito que Roy não foi uma boa escolha, mas foi, talvez, a melhor alternativa no momento. Pelo que se vê, nem Mourinho, nem Redknapp aceitaram a proposta da Seleção. Ele é um bom treinador, normalmente se relaciona-se bem com os jogadores das equipes que treina, mas não tem o "know-how" suficiente para assumir uma Seleção como a Inglaterra. Se bem que o último treinador tinha muito "know-how" e fez um trabalho para ser esquicido pelos ingleses. Ao que parece, a FA, deste vez, preferiu apostar em um treinador da casa, que não é tão famoso, mas que tem o sangue azul bretão correndo em suas veias. Vamos esperar o resultado.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Campeão alemão pode ser definido neste sábado

Amanhã será um dia decisivo para as duas equipes que disputam a tão sonhada Salva de Prata da Bundesliga desta temporada. Bayern de Munique e Borussia Dortumund entrarão em campo neste sábado e, a depender dos resultados, conheceremos amanhã mesmo o campeão.

O primeiro a entrar em campo será o Bayern. Os bávaros vão a Bremen enfrentar o Werder, que não vive grande fase. A equipe de Thomas Schaaf - treinador do Bremen desde 1999 - está na oitava posição do certame e ainda sonha com a uma vaga na Europa League da temporada que vem.

O poderoso Bayern vai para o Derby embalado depois da grande vitória contra o Real Madrid, na última terça-feira, por 2 a 1, pelas semi-finais da Champions League. Os comandados de Jupp Heynckes precisam ganhar a partida e torcer por um tropeço do Borussia para se manterem vivos na disputa do título. Caso perca, o Bayern entregará a taça ao Borussia, já que a diferença é de oito pontos e, depois da rodada deste fim de semana, faltarão apenas mais duas.

E o atual campeão Borussia poderá entrar em campo como campeão, em caso de derrota ou empate do Bayern. Sob o comando do genial Jürgen Klopp, o Dortmund entrará em campo, em seu estádio, o impressionante Signal Iduna Park, contra o Borussia Monchengladbach, logo após o Derby de Bremen. Apesar de torcer para a derrota do Bayern, o Dortmund só depende dele para levar, pela segunda vez consecutiva, a Salva de Prata. Basta uma vitória simples sobre xará e Gotze, Kagawa e companhia levarão o título, com duas rodadas de antecedência.

E para quem quiser acompanhar a disputa do título, os canais ESPN exibirão ambas as partidas. Werder e Bayern será às 10h30 e Dortmund e Monchengladbach, às 13h30.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Vice campeão invicto? É possível

Muito se fala que o Vitória é o campeão dos vices, que é o time mais vice da história do futebol, que nasceu para ser vice, entre outros blá, blá, blás. Mas uma situação inusitada está se desenhando no Campeonato Italiano e, caso se concretize, o Vitória ganhará um concorrente neste duelo que nenhum clube gosta de participar.

A Juventus, maior campeã da história do Calcio com 27 Scudettos, atualmente está na segunda posição do certame, dois pontos abaixo do líder Milan. Comparada aos últimos anos, a campanha da Juve na atual edição da Serie A é muito boa. Comandada pelo ex-jogador e ídolo do clube Antonio Conte, a equipe enfim encontrou um padrão de jogo e conquista bons resultados, chegando a disputar o título.

Mas o fato curioso da campanha da Juve não é apenas o fato de ser o segundo colocado. Passadas 30 rodadas da Serie A, a equipe ainda não perdeu na competição. A bela campanha conta com 16 vitórias e 14 empates, além de ter a melhor defesa do certame com apenas 17 gols sofridos.

Caso o Milan não saia da ponta e a Juve não perca, teremos um inusitado caso de uma equipe invicta em um campeonato longo que não foi campeã.

O adversário de ontem, que poderia ser o algoz da campanha, acabou sendo derrotado sem muita dificuldade. Com gols do trabalhador zagueiro Bonucci, do polivalente meia Vidal e do veloz atacante Quagliarella, a Juve bateu o perigoso time do Napoli, comanadado pelo competente Walter Mazzari, pelo dilatado placar de 3 a 0.

E o resto da tabela não parece um bicho de sete cabeças para a equipe de Conte. Os adversários mais complicados serão Lazio e Roma, mas ambos os jogos serão disputados em Turim, na casa da Juve. Fora, a parada mais dura da equipe será o Palermo, já na próxima rodada.

Para o Milan, a principal pedra no caminho pode ser a arquirival Internazionale. O derby, com mando de campo para a Inter, acontecerá na penúltima rodada e poderá decidir o título. Os demais adversários dos rubronegros, a julgar pelas posições na tabela, não parecem oferecer risco ao título milanista.

A menos que os deuses do futebol nos preguem uma bela peça, a Juventus conquistará, ao final da temporada, o vice do Calcio de maneira invicta. Caso se concretize, este vice deixará a sensação para a torcida da Juve de que "não perdi, mas não levei". Um curioso caso de vice invicto.

Mas para quem pensa que este é o único caso da história, muito enganado está. Em 1979, o Milan venceu o Calcio com o Perugia, de Paolo Rossi, na segunda posição. Detalhe, o Perugia terminou o campeonato invicto.

A tabela é à favor e, possivelmente, teremos o caso do maior campeão da história do Calcio ser vice campeão de maneira invicta. Boa história para guardar e contar aos filhos e netos no futuro.

sábado, 31 de março de 2012

Outra versão da Eurocopa de 2008

Depois de pegar um excelente baba hoje, me veio à memoria um dos melhores torneios de futebol que já tive o prazer de assistir na vida: a Eurocopa de 2008.

Há quase quatro anos, nós, adoradores do bom futebol, fomos premiados com um belo campeonato organizado pela Suíça e pela Áustria, excelentes anfitriões, diga-se de passagem. O certame foi vencido pela Espanha, que tinha uma grande equipe e era a grande favorita ao título. Casillas, Serio Ramos, Puyol, Pique e Capdevilla; Xabi Alonso, Xavi, Iniesta e David Silva; David Villa e Fernando Torres. No banco, Luis Aragonés era o comandante deste time quase imbatível, que tinha, e ainda tem, a base do Barcelona.

Na final, conta a Alemanha, apesar do placar magro de 1 a 0, a Espanha foi tão superior, mas tão superior, que os germânicos nem podem contestar jogo equilibrado. O time de Joachim Low, vale ressaltar, também fez um belo torneio, com uma equipe jovem e promissora, mas a Espanha estava mais preparada e levantou o caneco. Dois anos mais tarde, esta mesma base viria a ganhar a Copa do Mundo, primeira da história da Fúria. 

Mas engana-se quem pensa que a Euro 2008 se restringiu a estas duas seleções. Na verdade, minha vontade ao criar este post era falar sobre equipes que, mesmo não vencendo, surpreenderam e encheram os olhos dos espectadores.

E foi na Euro 2008 que o Mago Guus Hiddink aprontou mais uma das suas no comando da Rússia. Mas a primeira partida não foi muito promissora, a julgar pelo placar: sofreu uma sonora goleada por 4 a 1 da Espanha. Depois, duas vitórias levaram a equipe às quartas de final. E o adversário, por ironia do destino, foi a poderosa Holanda, país natal de Hiddink. Depois de um empate por 1 a 1 no tempo regular, a Rússia eliminou a Holanda com dois gols na prorrogação e chegou às semi, sendo eliminada pela Espanha.

Uma pergunta relevante: a boa campanha da surpreendente Rússia na Euro deve ser creditada à genialidade de Hiddink ou ao crescimento do futebol russo? Na minha modesta opinião, um pouco dos dois. É indiscutível que o futebol russo é um dos que mais crescem na Europa e as boas campanhas das equipes nacionais nos torneios continentais falam por si. Naquela competição, a Rússia tinha bons nomes, como o goleiro Akinfeev, os defensores Ignashevich e Anyukov, os meias Zhirkov, Zyryanov e o craque do time, Arshavin, além do bom atacante Pavlyucheko. Os comandados do Mago fizeram tão boa campanha que acabaram despertando interesse de grandes clubes da Europa após o certame. O que Hiddink fez - e isso merece muitas congratulações - foi pegar um grupo de bons jogadores, e transformar em uma equipe competitiva, extraindo o máximo de cada jogador. O resultado foi, no final das contas, brilhante para uma seleção em que as expectativas era simplesmente classificar para o torneio.

Mais surpreendente ainda do que a Rússia foi a modesta Turquia. Para não chamar Fatih Terim, comandante turco, de Mago, assim como Hiddink, vamos chamá-lo de Feiticeiro, já que sua campanha foi tão impressionante quanto a do seu companheiro. O início do certame, assim como para os russos, também não foi muito promissor para os turcos: derrota por 2 a 0 para Portugal, que seria o grande adversário da chave. Mas duas vitórias seguidas deram a classificação à equipe, eliminando a anfitriã Suíça e decretando a aposentadoria do grande ídolo suíço Alexander Frei.

O adversário das quartas seria a Croácia, comandada pelo genial Slaven Bilic, que chegou a ser sondado para treinar o Chelsea após a Euro. Lembro-me como ontem desta bela partida que tive o prazer de acompanhar do início ao fim. O tempo regular terminou 0 a 0. Na prorrogação, o incansável Ivan Klasnic fez para os croatas, mas Senturk empatou e levou o jogo para os pênaltis. E as penalidades consagraram o bom e velho Rustu Recber, aquele mesmo da Copa de 2002, que substituíra o titular Volkan Demirel, expulso na partida anterior contra a República Tcheca. A partida marcou a despedida do ídolo e capitão croata Niko Kovac. Confesso que não segurei as lágrimas no momento em que vi Kovac e seus companheiros cabisbaixos, e ainda ver Bilic tentando alegrá-los, como se dissesse "vocês fizeram o melhor, são vencedores independente do resultado". Foi emocionante.

Assim como a Rússia, a Turquia tinha uma boa safra e foi bem treinada por Terim. A dupla de zaga formada por Gokhan Zan e Emre Asik era segura. O lateral esquerdo Hakan Balta, para mim, foi o melhor da Euro, devido à sua regularidade e, principalmente, pelo apoio e marcação. Os meias Arda Turan e Mehmet Topal eram criativos e trabalhadores. E no ataque, Nihat fazia o que era necessário. O Feiticeiro pegou tudo isso, juntou com outros ingerdientes, jogou em seu caldeirão e transformou numa bela equipe, que foi eliminada nas semi pela Alemanha. Esta foi outra partida histórica, pois os turcos jogaram muito desfalcados e acabaram perdendo por 3 a 2. Acho que se ambas as equipes estivessem com suas equipes titulares, o placar poderia ser outro.

E a Croácia de Bilic foi outra boa surpresa, pelo bom futebol apresentado na competição. O principal ponto forte do time era o meio campo, formado pelos jovens e talentosos Kranjcar, Modric, Pranjic e Rakitic. Com um esquema ofensivo e ousado, Bilic levou seus jovens promissores a bater a poderosa Alemanha na primeira fase, classificando-se em primeiro da chave. A sensação que ficou foi que a equipe poderia ter ido mais longe, apesar de ter feito uma boa competição.

O troféu de decepção da Euro 2008 ficou dividido entre França, Grécia - que era a detentora do título -, Romênia, Holanda, Áustria, Suíça e Itália. Esta última seleção foi eliminada pela Espanha, mas resistiu até os pênaltis. Por isso, talvez não seja lá uma grande decepção. As donas da casa fizeram uma competição ruim e foram eliminadas na primeira fase, sem mostrar um futebol que empolgasse os torcedores. Mesmo assim, creio que eles ficaram muito satisfeitos com o torneio e com o desempenho de suas seleções.

A Holanda decepcionou ao ser eliminada pela modéstia Rússia, sem tirar dessa todos os méritos que lhe é de direito. A equipe de Marco Van Basten, treinador holandês à época, fizera uma campanha de classificação para o certame quase perfeita e fez a melhor campanha da primeira fase da Euro. Os holandeses ficaram devendo. O resultado custaria o emprego de Van Basten, que assumiria o Ajax tempos depois.

A Romênia decepcionou pela grande campanha que fizera nas eliminatórias para a Euro. Mas quando a competição começou, a equipe não suportou a pressão e foi eliminada na fase de grupos. O treinador romeno, Victor Piturca, diga-se de passagem, é muito competente e montou uma boa equipe, que também poderia ter ido mais longe.

A França do estranho Raymond Domenech foi eliminada na fase de grupos, ficando em último lugar do grupo. Com um time envelhecido e manjado, Domenech foi incapaz de dar ao time consistência tática, o que resultou em um atrito com alguns atletas.

No final da Euro, o saldo para quem ama este esporte foi muito positivo. Para mim, foi sensacional. Chorei, vibrei, gritei, fiquei nervoso, me exaltei e me emocionei, ah, como me emocionei. No dia da final, chegava ao fim um sonho que durou 15 dias, que pareciam intermináveis. É em competições como essa que as verdadeiras lições do futebol ficama evidenciadas. Jogar limpo, aprender a perder, e sempre, mas sempre, respeitar o adversário são coisas que vi na Euro 2008. Uma pena que não posso voltar no tempo e sentir, mais uma vez, a sensação maravilhosa de assistir de novo a Eurocopa de 2008. Mas as boas lembranças ficaram e, enquanto elas existirem, me emocionarei com o futebol.